segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Resumos do I Seminário e II Encontro PIBID/UNICAMP.

Boa noite,pessoal!
É com muita honra que estamos inaugurando as postagens do nosso blog com os Resumos do I Seminário e II Encontro PIBID/UNICAMP.

CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA: DENTRO DO JOGO E FORA DA QUADRA

Mariana Serrano Pipa, Lidia Queila Lucas Coelho da Silva, Helen Da Rocha Menezes, Juliana Martins Malafaia da Silva, Paula Rodrigues da Silva, Sissi Aparecida Martins Pereira
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
Subprojeto Licenciatura em Educação Física
Coordenador de Área: Sissi Aparecida Martins Pereira
Supervisor: Marilene dos Santos Fernandes
Escola: Escola Estadual Municipalizada Santa Sofia

A Educação Física Escolar é um tema de muita discussão. A aplicabilidade de seu conteúdo, tanto na quadra, quanto em sala de aula vem sendo debatida. Por se tratar de uma disciplina que trabalha diretamente com o conceito do movimentar-se, a necessidade de aulas práticas em espaços como quadra se torna, muitas vezes, a primeira opção. Sabe-se que a Educação Física escolar tem um papel fundamental no desenvolvimento motor de crianças e adolescentes, pois através dela os alunos podem vivenciar movimentos e desenvolver habilidades que serão essenciais para o resto de suas vidas, conhecem a si mesma e ao mundo, pois existe uma relação entre jogo e aprendizagem, enquanto o aluno joga ou brinca, ele aprende. No processo de ensino aprendizagem o professor se encontra como responsável pela mediação entre os elementos pedagógicos que serão essenciais para a formação de alunos críticos e sociáveis. Com amplo conteúdo existente, os professores de Educação Física podem planejar suas aulas de forma diversificada, visando atender às necessidades locais, o que pode levar alguns docentes a desviar seus caminhos da prática do esporte, e recorrer ao que se encontra disponível na escola para que o conteúdo seja aplicado e a aula seja desenvolvida de uma forma mais dinâmica, lúdica e diferente. Partindo dessas questões, esta pesquisa buscou investigar a expectativa de alunos do 6º e 7º anos em relação às aulas de Educação Física dentro do jogo e fora de quadra bem como analisar a percepção dos alunos sobre o que é a Educação Física, identificar o que os alunos consideram necessário para ter uma aula de Educação Física e interpretar a visão dos alunos em relação às aulas de Educação Física fora da quadra. O estudo é de caráter qualitativo e foram aplicados dois tipos de questionários, um inicial (com cinco perguntas) e outro após a aplicação de jogos interativos (com três perguntas), realizados em sala de aula que trabalhavam diretamente com o conteúdo curricular, compreendendo um período de observação outro de elaboração e aplicação de questionários. Os jogos foram elaborados abrangendo as três dimensões dos conteúdos, enfatizando a dimensão atitudinal, a realização dos jogos interativos foi de acordo com o conteúdo trabalhado em sala pelo professor, utilizando jogos do cotidiano dos alunos, tais como a forca e a mímica que facilitaram e estimularam a participação de todos, proporcionando a resolução de problemas através do diálogo, a participação em grupo, a cooperação e interação entre todos os participantes e a vivência da expressão corporal através dos movimentos específicos do conteúdo do vôlei. Dentre os jogos destacou-se um o qual foi elaborado para que os alunos aprendessem o conteúdo de forma lúdica. Esse jogo era composto por dois dados e um caminho formado por quadrados, em cada um destes continham uma imagem diferente alusiva ao vôlei e que tinha um significado referente a ficha corresponde que se encontrava nas mãos das professoras-bolsistas. Os alunos formaram dois grupos e escolheram um representante o qual recebia um dado. Para iniciar o jogo, o representante que ganhasse no par ou impar lançava o dado e o número que saísse era a quantidade de quadrados (ou casas) que o jogador deveria percorrer, ao chegar no quadrado o aluno deveria interpretar ou responder perguntas da ficha correspondente ao desenho no quadrado em 40 segundos, acertando ele continuaria a jogar, do contrário passaria a vez a outra equipe. A pontuação era dada ao primeiro representante que chegasse ao final do caminho. Participaram da pesquisa turmas do 6º ano (48 alunos) e 7º ano (25 alunos) do ensino fundamental de uma escola pública do município de Seropédica / Rio de Janeiro. De acordo com os PCN o conteúdo da Educação Física escolar deve ser desenvolvido para além das técnicas de execução (conteúdos procedimentais), a discutir regras e estratégias, apreciá-los criticamente, analisá-los esteticamente, avaliá-los eticamente, ressignificá-los e recriá-los (conteúdos atitudinais e conceituais). A prática docente pode as vezes esbarrar em limitações físicas e materiais da escola pública, o que pode gerar algumas dificuldades na aplicação e fixação dos conteúdos a serem abordados, não impedindo o emprego de meios facilitadores como, por exemplo, a utilização de materiais alternativos na confecção de jogos lúdicos, não convencionais, estimuladores do desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social. Esses materiais são de fácil aquisição e se tornam uma opção nas aulas de Educação Física uma vez que o professor almeje explorar sua criatividade e a de seus alunos. Segundo Cardoso (2007) a utilização de materiais alternativos é uma proposta diferenciada, devido aos diversos materiais, modelos, composições, de que estes objetos são formados, eles podem proporcionar às crianças um novo modo de brincar onde utilizar a criatividade é fundamental, e aos professores, uma variada gama de materiais para as aulas, de forma simples e muito acessível. Ao analisar os questionários aplicados no primeiro momento (anterior à aplicação dos jogos) observou-se que os alunos entendem a figura do professor como importante para o desenvolvimento das aulas, mas não o suficiente para se ter uma boa aula . A quadra apareceu em segundo lugar, e pode ter sido pelo motivo da escola estar há mais de um ano sem espaço para a pratica de Educação Física. Ao questionar os alunos quais matérias eles mais gostavam na escola, a disciplina que eles responderam que mais gostam é ciências. A Educação Física apareceu em segundo lugar na preferência dos alunos. Observamos que a Educação Física na escola ainda esta intimamente ligada ao esporte, isso acontece devido aos fatores históricos e culturais que originaram esta disciplina, talvez seja por este motivo que os alunos entendam que a disciplina de Educação Física consiste na aprendizagem dos esportes e por isso consideram que só é possível ter uma excelente aula desta disciplina se houver aulas práticas. Em se tratando da escola em questão que se encontra com algumas limitações físicas, não possuindo quadra ou qualquer outro espaço adequado para as aulas práticas de Educação Física. Tal fato implica diretamente na expectativa dos alunos em relação às aulas de Educação Física. Após a aplicação de todos os jogos interativos foi aplicado um segundo questionário, com a intenção de constatar se a opinião dos alunos sobre as aulas de Educação Física continuou a mesma que tinham antes da aplicação dos jogos ou se sofreu alguma modificação depois da aplicação dos jogos. Neste segundo questionário observamos que para os alunos, por mais que a imagem do professor seja ainda muito relevante e importante para a concepção da aula e aprendizagem, e eles entendem que é possível ocorrer uma boa aula fora da quadra, eles não dispensam uma aula prática, na quadra e com bola. Ao perguntarmos aos alunos como deveria ser uma aula interessante, eles responderam que deveria ser com jogos e brincadeiras. Identificamos que o professor tem papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem e que os alunos reconhecem e valorizam a importância deste. Sabemos que existem diversos fatores internos e externos que influenciam e em alguns casos limitam a prática docente, mas é preciso que essas dificuldades não atrapalhem a prática pedagógica, podemos utilizar meios e materiais alternativos para desenvolver o conteúdo e assim proporcionar aos alunos diversas experiências facilitando a aprendizagem.

Referências:
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Fundamental, 1998. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei. n° 9.394/ 1996, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. CARDOSO, Gabrielle Aparecida; REIS, Renan Aparecido Alves dos; SIA, Tatiane Gilbertoni. A Utilização de Materiais Alternativos em Aulas de Educação Física. In: 5º Simposio de Ensino de Graduação da Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP, Anais..., 2007. DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL,Irene Conceição Andrade. Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. ANTUNES, Celso. O Jogo e a educação infantil: falar e dizer, olhar e ver, escutar e ouvir. Fascículo 15. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 2004. MATTOS, M. G.; NEIRA, M. G. Educação física infantil. 3. Ed. São Paulo: Phorte, 2000. PEREIRA, S. A. M.; Souza, G. M. C. Educação física escolar: elementos para pensar a prática educacional. Cáp. 3. São Paulo: Phorte, 2011.
Palavras-chave: Educação Física, Jogos, Conteúdos, Aprendizagem



NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO MOTOR DE ESTUDANTES DO 6° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Rômulo Andrade de Siqueira, Rosana da Silva Machado, Tailaine Curthy Barbosa, Sissi Aparecida Martins Pereira, Susana Targino, Camila Valente de Barros Moreira
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
Subprojeto Licenciatura em Educação Física
Coordenador de Área: Sissi Aparecida Martins Pereira
Supervisor: Marcos André
Escola: Escola Municipal Pastor Gerson
O termo psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Dupré em 1920, significando um entrelaçamento entre o movimento e o pensamento (OLIVEIRA, 2009, p.28). O prefixo psico atribui-se à mente, e o sufixo motricidade ao movimento, daí o surgimento do termo psicomotricidade, muito utilizado na Educação Física, visto que, esta disciplina trabalha dentro de seus conteúdos a aprendizagem do movimento. As aulas de Educação Física se baseiam nas brincadeiras, nos jogos, nos gestos motores, para se obter o aprendizado de seus conteúdos; o aluno interpreta escrevendo, fazendo e sentindo, assim são trabalhadas as seguintes áreas: cognitiva, afetiva, social e psicomotora. “Entendemos como função psicomotora as estruturas cognitivas utilizadas para solucionar problemas por meio de ações motrizes”. (MATTOS E NEIRA, 2006, p.19). Toda criança em fases específicas de seu desenvolvimento passa por alguns questionamentos: que parte é essa do meu corpo? Que lado eu escrevo, direito ou esquerdo? Posso explorar todos os lugares que vejo? Consigo correr e jogar a bola ao mesmo tempo? A preocupação surge à medida que esta criança cresce e não consegue solucionar seus questionamentos, dificultando dessa forma seu desenvolvimento psicomotor. Dentre as condutas motoras de base trabalhadas por OLIVEIRA (2010), as que foram abordadas e estudadas no referido trabalho são: coordenação e equilíbrio, esquema corporal, lateralidade e organização ou estruturação espacial. Coordenação e equilíbrio são qualidades essenciais ao desenvolvimento psicomotor. A primeira refere-se à habilidade de se realizar movimento de uma ou mais partes do corpo de forma harmoniosa e intencional. Esta que pode ser de duas formas. Coordenação motora ampla: é o tipo de coordenação em que controlamos partes maiores de nosso corpo e esta relacionada à movimentação de grandes grupamentos musculares, como por exemplo, o ato de caminhar. A coordenação motora fina esta relacionada à capacidade de realizar a movimentação de pequenos músculos para a realização de tarefas mais precisas, como por exemplo, o desenho ou a escrita. A segunda é referente à capacidade de se manter o corpo sustentado sobre uma base, e este pode ser de 3 tipos: estático, que se refere ao equilíbrio sem movimento, dinâmico - refere-se ao corpo em movimento, e o recuperado que ocorre após um giro ou um salto, por exemplo. O bom desenvolvimento destas funções psicomotoras acontecerá por meio dos diversos tipos de vivencias entre a criança e o meio, isto geralmente começa a acontecer no âmbito familiar e, posteriormente, na escola que passa a ser o primeiro contato da criança com um ambiente fora do contexto familiar. O esquema corporal é basicamente a representação e o conhecimento que o indivíduo tem de seu próprio corpo no ambiente sendo desta forma de fundamental importância para o desenvolvimento psicomotor do indivíduo durante a infância. O desenvolvimento do esquema corporal acontece à medida que ocorrem as trocas de sensações entre a criança e o meio. A partir destas trocas de sensações a criança vai absorvendo-as e conhecendo melhor seu próprio corpo e o meio ambiente ao seu redor. O desenvolvimento do esquema corporal se dá através das experiências vividas por cada individuo o qual possui uma noção de esquema corporal diferente dos demais. Lateralidade é a escolha de um lado do corpo para uma determinada função, podendo ser atribuída a um só lado ou a ambos os lados. Complementando, a literatura (LE BOULCH (1986), PEREIRA (2011), OLIVEIRA (2009)) refere que a criança pode desenvolver uma lateralidade homogênea destra, quando predomina o desenvolvimento motor do lado direito, lateralidade homogênea canhota ou sinistra, para o predomínio do lado esquerdo, ambidestra, quando há o desenvolvimento bem definido dos movimentos dos dois lados do corpo, além destas, o indivíduo pode desenvolver a lateralidade cruzada, na qual determinadas funções são realizadas com apenas um lado em um segmento corporal e tantas outras realizadas apenas com o lado oposto em outro segmento. Contudo eles também ressaltam que este desenvolvimento deve acontecer de uma forma livre, sem ser forçado. A organização ou estruturação espacial nada mais é do que a capacidade do indivíduo em estruturar mentalmente um espaço objetivado, e por meio desse trabalho mental, selecionar, comparar os diferentes objetos, extrair, agrupar, classificar seus fatores comuns e chegar aos conceitos desses objetos. Orientando-se, dessa forma, nesse espaço e percebendo essas mudanças na direção e no tempo em que elas ocorrem para que organizem as coisas entre si, coloque-as em um lugar, movimente-as (PEREIRA, 2011). Para que a criança seja capaz de representar mentalmente o seu corpo e os objetos no espaço prevendo e antecipando suas ações é necessário que ela conheça a si mesma e o espaço que a cerca e não só estejam presentes características como essas, mas também a presença de outros elementos fundamentais como: consciência corporal, certo senso de lateralidade e direção. Corpo, espaço e tempo são elementos, muitas das vezes, inseparáveis na representação dessa estrutura, pois, inúmeras formas de comportamento e movimento dependem da informação sobre as relações espaciais, como a direção, distância, e a orientação de objetos no ambiente. O conceito de psicomotricidade é utilizado por diferentes áreas como Psicologia, Psiquiatria, Neurologia, Reeducação, Orientação Educacional e outros profissionais que trabalham com crianças, contudo é na Educação Física que é dado um enfoque prático e educacional para o desenvolvimento da temática apresentada. Essa área trabalha e desenvolve principalmente pelo e para o movimento buscando um enfoque na saúde física e mental do ser humano. A criança para fazer qualquer movimento precisa antes pensar nele, desta forma ela necessita desta função para se locomover, brincar, aprender e conhecer o mundo. A psicomotricidade não soluciona todos os possíveis déficits motores como sincinesias, lateralidade mal estabelecida, dentre outros, porém auxilia na detecção dos mesmos possibilitando um trabalho específico. Sendo este um dos conteúdos que foi trabalhado em uma das escolas selecionadas pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Os problemas encontrados no ambiente escolar são decorrentes de inúmeros fatores, desta forma não se pode afirmar que somente a psicomotricidade pode resolvê-los, embora possa ajudar em alguns casos. O referido trabalho teve como base os exames psicomotores que foram elaborados por OLIVEIRA (2010), em seu livro: Avaliação psicomotora à luz da psicologia a da psicopedagogia. A pesquisa foi desenvolvida através de um estudo quantitativo, que pretende investigar o nível de desenvolvimento psicomotor de 3 turmas do sexto ano do ensino fundamental, com faixa etária entre 11 a 16 anos, de uma Escola Municipal , situada no município de Seropédica - Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada no segundo semestre de 2011 com 32 alunos da devida escola. De acordo com os resultados, na habilidade de coordenação e equilíbrio as crianças na faixa etária de 11 a 12 anos, 41% possuem um estágio de desenvolvimento IIB, ou seja, presença do corpo representado correspondente a uma criança de 10 a 11 anos; 53% possuem desenvolvimento IIA, que significa reorganização do corpo percebido relativo à faixa etária de 8 a 9 anos, e 6% dos analisados possuem um estágio de desenvolvimento motor IB, correspondente a crianças de 5 a 6 anos. Os alunos com idade entre 13 a 14 anos encontram-se na seguinte classificação: 56% no nível IIB (característico das idades de 10 a 11 anos) e 44% na indicação IIA (característico da idade de 8 a 9 anos), que nos mostra um desenvolvimento aquém da idade atual. Com relação ao esquema corporal na faixa etária de 11 a 12 anos, 8% se encontram em um nível de desenvolvimento relativo à crianças de 7 anos, 31% apresentam desenvolvimento de crianças de 8 a 9 anos e 61% se equiparam à crianças de 10 a 11 anos, portanto, já a amostra com idade entre 13 a 14 anos, 12% se encontram num nível de desenvolvimento de crianças de 5 a 6 anos, 25% se equiparam a crianças de 7 anos, 25% se encontram em um nível de desenvolvimento de crianças de 8 a 9 anos e 38% em um nível de 10 a 11 anos. Apesar de pequena a amostra de indivíduos com idade de 15 a 16 anos também está muito aquém do nível de desenvolvimento do esquema corporal, apresentando déficit acentuado no desenvolvimento do esquema corporal, ou seja, 25% da amostra encontra-se em nível de desenvolvimento de crianças de 8 a 9 anos e 75% encontra-se em um nível de desenvolvimento de crianças de 10 a 11 anos. No que se refere à lateralidade os alunos ficaram abaixo do esperado. A faixa etária de 11 a 12 anos apresenta 54% na pontuação IIA que corresponde à idade entre 8 a 9 anos. Os outros 46% estão na pontuação IIB que é correspondente à idade de 10 a 11anos. Na faixa etária de 13 a 14 anos, 78% ficaram na colocação IIA (de 8 a 9 anos) e os outros 22%, ficaram divididos igualmente entre, II (correspondente à 7 anos) e IIB ( referente a faixa etária de 10 a 11 anos). Neste contexto, existe uma distância maior entre o desenvolvimento psicomotor real do aluno e o seu desenvolvimento esperado. O teste também foi aplicado em 3 alunos de 15 anos e um de 16 anos, e seus resultados foram alarmantes: 2 alunos foram classificados no estágio IIA (8 a 9 anos) e 2 alunos no estágio IIB (10 a 11 anos). Com relação à organização espacial podemos observar que 54% das crianças com idade entre 11 e 12 anos apresentaram resultados referentes à idade de 8 a 9 anos, 38% atribuem-se a crianças de 10 a 11 anos de idade e 8% a crianças referente à faixa etária de 7 anos. 83% das crianças com 13 e 14 anos de idade foram classificadas no estágio de crianças de 8 a 9 anos. Enquanto que, 17% corresponderam ao estágio correspondente à faixa etária de 10 a 11 anos. Observamos que, as mudanças não são muitas, porém os dados se expressam aquém do esperado para os 3 jovens com idade de 15 e 16 anos, sendo que 2 deles possuem a característica psicomotora de orientação espacial de crianças de 8 a 9 anos de idade, enquanto 1 apresenta de 10 a 11 anos. Os dados obtidos de toda a amostra ressaltam que os participantes não possuem o desenvolvimento correspondente a sua idade, e nos põe a refletir sobre os inúmeros problemas que levaram essas crianças, e possivelmente muitas outras, a não desenvolverem satisfatoriamente suas funções motoras. O papel do educador físico, dos pais superprotetores que por medo de não deixam seus filhos viverem as experiências do brincar, modernidade que inunda nossas crianças com meios eletrônicos afastando-as do tocar, descobrir, saltar, brincar, correr e, por fim a escola, que é o primeiro ambiente que as crianças conhecem fora do familiar e onde se socializam, deve ser repensada, priorizando um melhor trabalho na formação de um ser completo. Suas vivências estão escassas e cabe não só ao educador físico resgatá-las, mas também aos outros professores, pois sabemos que as atividades dentro da educação física escolar são de suma importância, não só para o desenvolvimento motor de uma criança, como também para seu desenvolvimento intelectual, o que transmite a esses jovens um melhor desempenho em grande parte das disciplinas escolares.

 Palavras-chave: Psicomotricidade, Escola, Educação Física, PIBID

Referências:
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Fundamental, 1998. GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C. Compreendendo o desenvolvimento motor; bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2005. LE BOUCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até 6 anos, a psicocinética na idade pré-escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. PEREIRA, Sissi A. M.; SOUZA, Gisele M. C. (Orgs). Educação Física Escolar: Elementos para pensar a prática educacional. São Paulo: Phorte, 2011. SCHINCA, Marta. Psicomotricidade, ritmo e expressão corporal: exercícios práticos. São Paulo: Manole, 1991. PACHER, Luciana Andréia Gadotti et al. Lateralidade e Educação Física. Disponível em:. Acesso em: fev. 2012. ALVES, Fátima Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 4. Ed. Rio de Janeiro: Wak, 2008. MATARUNA, Leonardo. Imagem Corporal: noções e definições. Ano 10. N° 71. Buenos Aires: efdeportes.com - Revista Digital, 2004. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd71/imagem.htm Acesso em: fev. 2012. OLIVEIRA, Gislene C. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. Petrópolis: Vozes, 2009. OLIVEIRA, Gislene C. Avaliação psicomotora à luz da psicologia e da psicopedagogia. Petrópolis: Vozes, 2010.